terça-feira, 12 de julho de 2011

Europa: Ricos de pires na mão. O veneno do capitalismo

por Milton Temer, segunda, 11 de julho de 2011 às 21:35 [No Facebook]

Modestamente, temas que tratamos aqui há alguns dias chegam enfim ao Jornal Nacional.A dívida dos países europeus, agora registrando Espanha e Itália na linha de fogo,antes só dirigida sobre a periferia luso-grega, instala a angústia geral no crime organizado que norteia as operações especulativas dos famigerados "livres mercados".Angústia, mais angustiante ainda, quando somamos os problemas de Obama para emitir novos títulos da dívida norte americana como forma de poder continuar pagando contas do governo depois de 2 de agosto.

Tarefa complexa, que vem sendo dificultada pelos republicanos na velha chantagem - ou o governo corta gastos, ou não tem acordo-. E que gastos? Claro, os sociais. Nem pensar em pôr fim às isenções criminosas que Bush concedeu ao grande capital e às camadas mais ricas da população.

O simbólico em toda essa novela, sem dúvida, é mais uma confirmação do prenúncio de Marx quanto ao capitalismo carregar em sua essência o germe de sua própria destruição.

A maioria das dívidas dos países não se construiu com gastos materiais superiores às receitas dos Tesouros, como apregoam os arautos da continuação do veneno. Surgiram do atendimento à liquidez de caixa do sistema financeiro privado, que exigiram dos governos, cujas eleições muito lhe deveram em doações de campanhas, a emissão de títulos da dívida pública. No Brasil isso é dramaticamente evidente, por conta dos juros pantagruélicos que o Banco Central estabelece como forma de fingir ser essa a única forma de impedir respiros e suspiros da inflação.

O mais cômico, não fosse trágico, de tudo é que a solução proposta pela anja exterminadora, digo, Angela Merkel, é a continuação de emissão. Novos títulos para obter recursos com que se garanta a manutenção dos intocáveis lucros dos banqueiros especuladores, à custa do cadafalso para direitos sociais, salários e recursos para a produção.

Aí vem o veneno. A cada dia, uma nova revolta popular. E já não é mais apenas no norte da África como deseja a OTAN, mas nas principais capitais da Europa "unida". Quem sabe, vem aí a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar?

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