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Nelson M. Mendes
“A tendência a
aproximar-se de uma meta fica mais forte à medida que o indivíduo se aproxima
dela. Isso é conhecido como o gradiente de aproximação; a tendência a
evitar um estímulo negativo torna-se mais forte à medida que o indivíduo se
aproxima do estímulo. Isso é referido como gradiente de esquiva. [...] as
tendências de esquiva aumentam com a aproximação da meta [...]” [Informação
colhida nesta página.]
Gradiente
de aproximação é um conceito da Física. Mas, se muitos
intelectuais, em algum momento da História, tentaram aplicar, aos fenômenos
sociais e humanos, princípios hauridos nas ciências naturais e exatas,
por que não poderia este modesto escriba, ainda que em caráter de metáfora,
fazer um paralelo entre esse fenômeno físico e o fenômeno social que fará Lula
vencer a eleição de 2022 em primeiro turno?
“De médico, poeta e
louco todos temos um pouco” – diz o ditado popular. A essas atribuições, podemos
acrescentar: todos temos algo de profeta.
Até onde sabemos,
alguns indivíduos seriam realmente
dotados de clarividência, poderiam sintonizar o futuro. Mas a maioria de nós é
profeta num sentido mais simples e explicável: se pudermos observar com
amplitude o encadeamento dos fatos, poderemos imaginar com certa precisão o que
vai acontecer. Alguém já usou essa imagem: um indivíduo que, do alto de uma
colina, exatamente na curva de uma estrada de ferro, vê dois trens correndo um
na direção do outro, pode prever que haverá um acidente.
É esse tipo de profecia
que nós podemos fazer.
Quem realmente conhece
o caráter pútrido do Boçal Fascista eleito em 2018, até poderia imaginar algo
como o ridículo espetáculo encenado em julho de 2022, na presença de vários
embaixadores. Mas, mesmo assim, fica difícil acreditar no que câmeras
registraram para o mundo todo: um presidente empenhado em desacreditar as
instituições do país, particularmente o sistema eleitoral do qual se beneficiou
por três décadas – e sem qualquer prova, sem fundamentar suas acusações.
Mas qualquer pessoa
minimamente inteligente poderia prever que aquele circo surreal não traria bons
resultados para o palhaço.
O advogado e candidato
a deputado federal Wadih Damous afirmou que Bolsonaro deveria ter seu registro
eleitoral negado, depois da reunião com embaixadores para acusar sistema
eleitoral brasileiro. “Tem de ser dito à população brasileira que o Presidente
da República está mentindo e praticando crimes. É um traidor da pátria.”
O linguista Gustavo
Conde comentou que nunca a imagem do Brasil esteve tão comprometida. “É a pior
imagem do Brasil de todos os tempos. [...] O país virou realmente um
pária.” Mas garante que a boa imagem do
Brasil será recuperada com Lula, um líder de prestígio mundial.
O jornalista Jânio de
Freitas diz que as acusações infundadas de Bolsonaro ao sistema eleitoral,
diante de embaixadores, deixou mudos os generais de pijama golpistas. “A reação
internacional a Bolsonaro atinge todos os militares [...]” O veterano
jornalista aproveita para aconselhar: “Se querem ser militares, parem de
provocar desordem institucional. Já fizeram demais [...]” E acrescenta:
“Obsoletas entre vizinhanças pacíficas, forças militares na América do Sul são
uma duvidosa tradição.”
Um dia após Bolsonaro
ter reunido embaixadores para fazer acusações infundadas ao sistema eleitoral,
a embaixada dos EUA divulgou comunicado afirmando que as eleições brasileiras
são confiáveis e modelo para o mundo. “O país tem um forte histórico de eleiçõe
livres e justas, com transparência e alto nível de participação dos eleitores.”
Em julho do ano
passado, segundo a Reuters, o diretor da CIA já havia dito, a ministros brasileiros
em visita aos EUA, que Bolsonaro deveria parar com as críticas ao sistema
eleitoral brasileiro.
A imprensa estrangeira
comparou atitudes de Bolsonaro às de Trump.
The New
York Times: “Como Trump, Bolsonaro parecia estar
desacreditando (na reunião com os diplomatas) a votação antes que ela
acontecesse [...]”
O próprio Departamento
de Estado dos EUA, através do porta-voz Ned Price, declarou que o sistema
eleitoral brasileiro é “modelo”, repetindo o que na véspera dissera a Embaixada
dos Estados Unidos no Brasil. Certamente Bolsonaro não convenceu nenhum
daqueles embaixadores, quando atacou as urnas e os ministros do STF.
Price afirmou que os
EUA acreditam que as eleições brasileiras serão totalmente limpas e regulares,
conforme expressou o próprio Biden em junho.
Alguns dias depois, o
núcleo duro da campanha de Bolsonaro admitiu que sua imagem sofreu sério
prejuízo com encenação ridícula diante dos embaixadores; mas disse acreditar
que ele poderia recuperar pontos quando os benefícios eleitoreiros passassem a
ser pagos em agosto. (A profecia que muitos fizemos se concretizou: as
“bondades eleitoreiras” de última hora não surtiram o desejado efeito; porque o
povo está escaldado, não se deixa mais enganar facilmente.)
Mas a reação aos
rosnados golpistas do Boçal Fascista iria muito além do que poderiam supor seus
rasteiros instintos.
O Secretário de Defesa
dos EUA, Lloyd Austin, que participou em Brasília da Conferência de Ministros
de Defesa das Américas, declarou que seu país e o Brasil compartilham
“interesses e valores”, como “nosso compromisso com o Estado de Direito e nossa
devoção à Democracia”. Austin, de fato, levou um recado de Biden contra os
pruridos golpistas de Bolsonaro. E enfatizou: “Quanto mais aprofundamos nossas
democracias, mais aprofundamos nossa segurança.”
O ministro da Defesa
brasileiro, general Paulo Sérgio Nogueira, anfitrião da conferência, expressou
respeito à carta da OEA e à carta Democrática Interamericana, acrescentando que
“os povos da América têm direito à Democracia, e seus governos têm a obrigação
de promovê-la e defendê-la”.
No dia 28/07, foi
assinada a Declaração de Brasília, na qual os participantes da conferência
assumiram compromisso com valores vocalizados pelo general Paulo Sérgio.
A sociedade civil,
através de canais diversos, manifestou seu repúdio às intenções golpistas do
Boçal Fascista.
A Faculdade de Direito
da USP imediatamente elaborou a “Carta às Brasileiras e Brasileiros em Defesa
do Estado Democrático de Direito”, que atingiria 1 milhão de assinaturas no dia
de sua leitura, 11 de agosto de 2002.
A carta foi assinada
por artistas, intelectuais, e também por conhecidos nomes dos mundos
empresarial e financeiro.
O empresário Walter
Shalka, presidente da Suzano, ficou impressionado com a mobilização, observando
que tanto a Fiesp quanto a Febraban assinaram a carta. E, lembrando que os
empresários são formadores de opinião, declarou: “Temos de buscar a pacificação
do Brasil, [...] resolver a questão da educação, [...] resolver a desigualdade
social e a falta de emprego, assim como a ineficiência administrativa do Estado
Brasileiro. Temos uma oportunidade na questão ambiental que é tremenda.
Precisamos sair da discussão pequena de um contra o outro e construir uma
solução pró-Brasil.”
A carta recebeu mais
de 100 mil assinaturas, em 24h, incluindo de muitos ex-ministros do STF,
juristas, personalidades, empresários e até banqueiros, como Roberto Setúbal e
Pedro Moreira Salles, do Itaú.
Celso Campilongo, diretor da Faculdade de Direito da
USP, falou que o Manifesto pela
Democracia expressa um enfático não da sociedade em relação ao golpismo
de Bolsonaro, que diz coisas como “não vou cumprir decisão judicial”, etc. “É
uma inflexão, [...] um aviso: a sociedade civil está muito alerta.”
É claro que o
histórico documento, uma espécie de versão século XXI de carta semelhante lida
também na USP em 1977, provocaria reações nas hostes bolsonaristas. A carta
alcançaria 250 mil assinaturas em 48h; mas o site já tinha a essa altura
sofrido 1,5 mil ataques hackers.
O que mais incomodou
Bolsonaro e equipe foi a adesão da elite econômica, incluindo Fiesp e Febraban,
à carta pela Democracia. Em 2018, Guedes fizera promessas neoliberais que
seduziram empresários e financistas. Mas hoje Guedes está abandonado pelo poder
econômico; e sem o apoio dessa elite, o Boçal Fascista entende que sua campanha
bateu no teto.
O jornalista Leonardo
Attuch observa que o novo posicionamento das elites deve ter um efeito
adicional: funcionar como um aval, junto a um setor da classe média, sobretudo
masculina, ao voto em Lula.
O jornalista Bernardo
Mello Franco, de O Globo, disse que “o presidente passou vários recibos de sua
irritação” com a adesão de empresários e banqueiros à carta que defende a
Democracia e condena o golpismo, e que deverá ser seguida de carta semelhante
promovida pela Fiesp e pela Febraban.
O jornalista lembra
que as elites apoiaram Bolsonaro em 2018, e com mais entusiasmo depois que o
Congresso aprovou a reforma da Previdência. Mas a reunião de Bolsonaro com
embaixadores fez a elite virar as costas a ele.
A elite econômica não
gosta de turbulência e já vê Lula como mal menor.
Um dos organizadores
do movimento, o professor Floriano Azevedo Marques disse que a reação de
Bolsonaro serviu para divulgar o manifesto.
A socióloga Neca
Setúbal afirmou que “vários empresários de peso têm assinado a carta aos
brasileiros e brasileiras. [...] A entrada de grupos empresariais, de advogados
e juristas nessa defesa é o salto que a gente precisava. Foi meio tarde, mas em
tempo ainda”. Acrescentou que “vamos ter um trabalho muito grande [...] no
processo de reconstrução do país”.
A carta pela
Democracia seria lida na Faculdade de Direito da USP, pelo advogado José Carlos Dias, com 83 anos, que
declarou, antes do ato: “Enquanto estiver vivo, vou defender os direitos
humanos e a Democracia.” E explicou que manifestações semelhantes são
preparação para resistência a golpe que Bolsonaro possa vir a tentar. “Esse
presidente é um delinquente”, diz, acrescentando que ele já cometeu vários
crimes comuns e crimes de responsabilidade. “Esse homem não trabalha. Ele está
fazendo campanha o tempo todo. Essas cartas são de defesa da Democracia.”
No início do evento,
foi lido um outro manifesto, elaborado pela Fiesp e assinado por várias
entidades. Depois foi lida a “Carta às Brasileiras e Brasileiros em Defesa do
Estado Democrático de Direito”, elaborada pela USP.
O objetivo do
encontro, segundo discursou o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti, era
defender o sistema eleitoral, e garantir que “a vontade do povo brasileiro seja
respeitada e seja soberana”.
O advogado Oscar
Vilhena Vieira ressaltou que o manifesto não tinha teor partidário, era
expressão de um “compromisso maior com a Democracia”.
O ato de leitura da
carta reuniu representantes de um amplo espectro político-social, como o
ex-jogador Walter Casagrande, o jornalista Juca Kfouri, a indigenista Sônia
Guajajara, a ambientalista Marina Silva e os deputados federais Joice
Hasselmann (ex-bolsonarista) e Coronel Tadeu (bolsonarista), que classificou o evento de “ato político, com
fachada de luta pela Democracia”, e não assinou a carta. Bruno Araújo,
presidente do PSDB, e Isac Sidney, presidente da Febraban, também compareceram. Enquanto Miguel Reale Jr., autor do pedido de
impeachment contra Dilma, era vaiado, o jurista Pedro Serrano era saudado pelos
alunos.
A ex-desembargadora
Kenarik Boujikian disse que é preciso equilibrar as diversas forças do espectro
social, e que a Democracia, enraizada nos direitos humanos, é um processo que
não se encerra com a eleição.
A carta, lida em 80
universidades brasileiras, diz que “ataques infundados [...] questionam a
lisura do processo eleitoral”, e que “são
intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade
civil”. E realça a importância do manifesto amplamente acolhido pela sociedade:
“Sabemos deixar de lado as divergências em prol de algo muito maior, a defesa
da ordem democrática.” O encerramento é enfático: “Estado Democrático de Direito
sempre!”
O advogado Marco
Aurélio Carvalho, um dos articuladores da carta pela Democracia, disse, em
entrevista a Breno Altman, que é preciso restaurar o Estado Democrático – para
só então pensar em reformas: “[...] se perdermos a Democracia e o Estado de
Direito, nem vamos ter a oportunidade de divergir sobre absolutamente nada.” E
observa que muitos apoiadores dos golpes contra Dilma e Lula, apesar do
desconforto, assinaram a carta mesmo assim.
Mas o próprio Breno
Altman lembra que o povo está pouco preocupado com questões institucionais. “A
questão democrática ganha muito impacto [...] quando está estabelecido um
regime totalitário ou ditatorial que interfere na vida das pessoas [...] Nós
não estamos em outro regime político, nós continuamos a viver em um regime de Democracia Liberal.
Então para a massa do povo não há grandes diferenças do ponto de vista da
política entre [...] Bolsonaro e Temer ou quaisquer governos
pós-redemocratização.”
“A imensa maioria das
pessoas se interessa [...] pela fome e pelo combate à fome, [...] pela melhoria
da sua renda, pela melhoria da educação, da saúde, pelos grandes temas que
formam o cotidiano dos cidadãos e cidadãs do país.”
Breno enfatiza que a
campanha de Lula deve focar as questões sociais e econômicas; porque embora o
povo a priori não goste de ditadura, ele tampouco está feliz com a Democracia
Liberal.
Na verdade, a
discussão política, na opinião de Breno, favorece o Bolsonaro, porque tira a
atenção do desastre social, econômico, sanitário e ambiental que tem sido o seu
governo.
De fato, o economista
Guido Mantega destaca que “hoje temos uma [...] economia crescendo pouco e uma
inflação alta”. E explica que os combustíveis estão caros por causa de “uma
política de preços equivocada” (PPI) adotada pela Petrobras; e que os alimentos
estão caros em razão da baixa oferta, porque Bolsonaro não estimulou pequenos
agricultores nem fez estoques reguladores. A crise da Covid, o conflito na
Ucrânia e a cotação dos alimentos em dólar contribuíram para o aumento da
inflação. Mantega disse que, em vez de estimular a economia, o governo
Bolsonaro/Guedes ficou “privatizando as empresas estatais”; e depreciando os
ganhos do trabalhador, com consequente encolhimento do mercado consumidor. Afirmou
ainda que os auxílios eleitoreiros do Boçal Fascista darão apenas breve fôlego
à economia, assim como um paciente com hemorragia experimenta momentânea
melhora com uma transfusão de sangue.
O também economista
Ladislau Dowbor diz que, apesar da paralisia econômica, a população poderia
viver muito melhor se houvesse um pouco menos de desigualdade. “Então nosso
problema central é orientar a economia em função das necessidades da população.
E a base política hoje é o Lula.” Diz que Bolsonaro se submeteu ao “sistema de traders
internacionais de bens primários”, ignorando as necessidades do povo. “Quando
você tira a capacidade de consumo da população, as empresas não têm pra quem
vender, então estamos nos desindustrializando.” Diz não ser admissível que, num
país que produz 3,7 kg de grãos por pessoa a cada dia, 125 milhões de pessoas
vivam em situação de insegurança alimentar e 33 passem fome stricto sensu.
“É uma questão de opção política.”
Juarez Bispo Mateus,
morador de Campinas-SP e ativista pró-Lula desde meados dos anos 1980, diz por
que o ex-presidente deverá ser eleito: “A esperança do povo é pelo menos voltar
ao patamar que era na época do Lula. Com 4% de desempregados, pleno emprego,
ProUni, Pronatec, oportunidade para os negros, as negras, e para toda a
população.”
O Boçal Fascista, um
político do “baixo clero” que há quase 30 anos se refestelava, como um suíno, na
lama da corrupção, foi eleito em 2018 com a aura artificial de um homem “anticorrupção”
e até “antipolítica”. A mentira seria cômica se não fosse trágica; porque o
pior presidente da história do Brasil (um dos piores da história mundial),
eleito graças ao fascismo congênito de parte do povo, mas também graças às fake
news endossadas pela grande mídia, praticamente destruiu o país que penosamente
havia sido construído nos governos Lula e Dilma.
Mas a mentira tem
pernas curtas.
Os mais de vinte
processos forjados contra Lula foram finalmente anulados pelo STF; porque ficou
provado que só se mantinham de pé porque o juiz Sergio Moro, a serviço do Capital
Transnacional e a bordo de ambições pessoais, queria condenar Lula de qualquer
maneira.
Entretanto... a
máscara do “impoluto” presidente atual, que já não cobria os escândalos das “rachadinhas”
e até crimes envolvendo milicianos, cairia definitivamente quando os
jornalistas Thiago Herdy e Juliana Dal Piva publicaram no portal UOL, no final
de agosto de 2022, reportagem sobre as façanhas imobiliárias da família
Bolsonaro.
A reportagem consultou
270 documentos obtidos em cartórios de 16 municípios; e visitou pessoalmente 12
cidades, para checar dados. E descobriu que, desde os anos 1990, o clã
Bolsonaro comprou 107 imóveis, 51 em dinheiro vivo. Muitos experientes
jornalistas garantem que essa dinheirama não veio apenas de “rachadinhas”:
existe crime grosso por trás disso. Entrevistado, o Boçal Fascista não quis dizer
por que a família gosta de fazer negócios em cash. Mas até a velhinha de
Taubaté sabe que esse é um procedimento típico de mafiosos. Juliana Dal Piva
explica o silêncio presidencial: “Ele tem medo dessa história. É por isso que
não responde.”
O mutismo do Boçal
Fascista, entretanto, é inútil, sabendo-se que não se pode tapar o sol com a
peneira: o jornal britânico The Guardian, por exemplo, publicou extensa reportagem
sobre os 107 imóveis comprados pela familícia, 51 dos quais em dinheiro vivo.
Enquanto o Boçal Fascista
derretia e já escoava para o esgoto da História, o nazineoliberalismo tratava
de encontrar a chamada “terceira via”, a fim de evitar a vitória certa de Lula.
Até o Sergio Moro, ex-juiz e sempre ladrão, foi cogitado para ocupar esse
posto. Figuras abjetas do jornalismo corporativo, como Merval Pereira e Eliane
Cantanhêde, tentaram inflar a imagem do Marreco de Maringá. Outros nomes menos cotados,
como Simone Tebet, também receberam suas doses de anabolizantes midiáticos. Mas
o grande espantalho continuou sendo o coronel do Ceará.
É possível que Ciro
Gomes, num dado momento, tenha de fato acreditado que poderia chegar a um
segundo turno contra o Boçal Fascista. E, ao que parece, sua tática para
conseguir isso foi tentar destruir o principal concorrente, o ex e futuro
presidente Lula. Mas não tem dado certo. Pelo contrário: muitas personalidades,
ciristas tradicionais, têm ficado chocadas com a violência e a desonestidade
intelectual do coronel em seus ataques a Lula; porque Ciro, como
advogado e ex-professor de Direito, sabe que Lula é inocente, e que seus
filhos não podem ser chamados de “corruptos”, uma vez que têm vidas simples e nenhum
deles está metido na política. (Exatamente o contrário do que acontece na
família do Boçal Fascista.) O resultado é que tem havido muitas deserções no
tradicional eleitorado cirista.
Em entrevista à TV 247
em 15 de setembro de 2022, Gabriel Cassiano, que deixou o PDT no ano passado e
era fervoroso cabo eleitoral de Ciro Gomes, anunciou que uma ala do partido prepara
um manifesto criticando a postura personalista e rancorosa de Ciro, que em nada
tem ajudado os demais candidatos pedetistas, e convocando o eleitorado a fazer
o voto útil em Lula no primeiro turno.
Celebridades como Caetano Veloso e Tico Santa Cruz – tradicionais apoiadores de Ciro – têm se manifestado no sentido de que é importante
eleger Lula logo no primeiro turno, para espantar de vez o fantasma do nazineoliberalismo.
O gradiente de
esquiva fará o eleitor consciente evitar o coronel, as alternativas
inexpressivas e sem chance, e sobretudo o fantoche fascista guindado ao poder
em 2018 para cumprir a agenda predatória do Capital Transnacional em relação ao
Brasil.
E o gradiente de
aproximação fará com que milhões de votos sejam atraídos pela inescapável força
gravitacional do planeta da esperança, também conhecido como Luís Inácio Lula
da Silva.
Um comentário:
Vamos ver se a vitória do Lula passará incólume por aqueles que perderam...essa conjuntura valerá a pena de analisar e entender os passos de cada ator no cenário político e econômico.
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