sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Lula e o gradiente de aproximação

 



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Nelson M. Mendes


“A tendência a aproximar-se de uma meta fica mais forte à medida que o indivíduo se aproxima dela. Isso é conhecido como o gradiente de aproximação; a tendência a evitar um estímulo negativo torna-se mais forte à medida que o indivíduo se aproxima do estímulo. Isso é referido como gradiente de esquiva. [...] as tendências de esquiva aumentam com a aproximação da meta [...]” [Informação colhida nesta página.]

Gradiente de aproximação é um conceito da Física. Mas, se muitos intelectuais, em algum momento da História, tentaram aplicar, aos fenômenos sociais e humanos, princípios hauridos nas ciências naturais e exatas, por que não poderia este modesto escriba, ainda que em caráter de metáfora, fazer um paralelo entre esse fenômeno físico e o fenômeno social que fará Lula vencer a eleição de 2022 em primeiro turno?

“De médico, poeta e louco todos temos um pouco” – diz o ditado popular. A essas atribuições, podemos acrescentar: todos temos algo de profeta.

Até onde sabemos, alguns indivíduos  seriam realmente dotados de clarividência, poderiam sintonizar o futuro. Mas a maioria de nós é profeta num sentido mais simples e explicável: se pudermos observar com amplitude o encadeamento dos fatos, poderemos imaginar com certa precisão o que vai acontecer. Alguém já usou essa imagem: um indivíduo que, do alto de uma colina, exatamente na curva de uma estrada de ferro, vê dois trens correndo um na direção do outro, pode prever que haverá um acidente.

É esse tipo de profecia que nós podemos fazer.

Quem realmente conhece o caráter pútrido do Boçal Fascista eleito em 2018, até poderia imaginar algo como o ridículo espetáculo encenado em julho de 2022, na presença de vários embaixadores. Mas, mesmo assim, fica difícil acreditar no que câmeras registraram para o mundo todo: um presidente empenhado em desacreditar as instituições do país, particularmente o sistema eleitoral do qual se beneficiou por três décadas – e sem qualquer prova, sem fundamentar suas acusações.

Mas qualquer pessoa minimamente inteligente poderia prever que aquele circo surreal não traria bons resultados para o palhaço.

O advogado e candidato a deputado federal Wadih Damous afirmou que Bolsonaro deveria ter seu registro eleitoral negado, depois da reunião com embaixadores para acusar sistema eleitoral brasileiro. “Tem de ser dito à população brasileira que o Presidente da República está mentindo e praticando crimes. É um traidor da pátria.”

O linguista Gustavo Conde comentou que nunca a imagem do Brasil esteve tão comprometida. “É a pior imagem do Brasil de todos os tempos. [...] O país virou realmente um pária.”  Mas garante que a boa imagem do Brasil será recuperada com Lula, um líder de prestígio mundial.

O jornalista Jânio de Freitas diz que as acusações infundadas de Bolsonaro ao sistema eleitoral, diante de embaixadores, deixou mudos os generais de pijama golpistas. “A reação internacional a Bolsonaro atinge todos os militares [...]” O veterano jornalista aproveita para aconselhar: “Se querem ser militares, parem de provocar desordem institucional. Já fizeram demais [...]” E acrescenta: “Obsoletas entre vizinhanças pacíficas, forças militares na América do Sul são uma duvidosa tradição.”

Um dia após Bolsonaro ter reunido embaixadores para fazer acusações infundadas ao sistema eleitoral, a embaixada dos EUA divulgou comunicado afirmando que as eleições brasileiras são confiáveis e modelo para o mundo. “O país tem um forte histórico de eleiçõe livres e justas, com transparência e alto nível de participação dos eleitores.”

Em julho do ano passado, segundo a Reuters, o diretor da CIA já havia dito, a ministros brasileiros em visita aos EUA, que Bolsonaro deveria parar com as críticas ao sistema eleitoral brasileiro.

A imprensa estrangeira comparou atitudes de Bolsonaro às de Trump.

The New York Times: “Como Trump, Bolsonaro parecia estar desacreditando (na reunião com os diplomatas) a votação antes que ela acontecesse [...]”

O próprio Departamento de Estado dos EUA, através do porta-voz Ned Price, declarou que o sistema eleitoral brasileiro é “modelo”, repetindo o que na véspera dissera a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Certamente Bolsonaro não convenceu nenhum daqueles embaixadores, quando atacou as urnas e os ministros  do STF.

Price afirmou que os EUA acreditam que as eleições brasileiras serão totalmente limpas e regulares, conforme expressou o próprio Biden em junho.

Alguns dias depois, o núcleo duro da campanha de Bolsonaro admitiu que sua imagem sofreu sério prejuízo com encenação ridícula diante dos embaixadores; mas disse acreditar que ele poderia recuperar pontos quando os benefícios eleitoreiros passassem a ser pagos em agosto. (A profecia que muitos fizemos se concretizou: as “bondades eleitoreiras” de última hora não surtiram o desejado efeito; porque o povo está escaldado, não se deixa mais enganar facilmente.)

Mas a reação aos rosnados golpistas do Boçal Fascista iria muito além do que poderiam supor seus rasteiros instintos.

O Secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, que participou em Brasília da Conferência de Ministros de Defesa das Américas, declarou que seu país e o Brasil compartilham “interesses e valores”, como “nosso compromisso com o Estado de Direito e nossa devoção à Democracia”. Austin, de fato, levou um recado de Biden contra os pruridos golpistas de Bolsonaro. E enfatizou: “Quanto mais aprofundamos nossas democracias, mais aprofundamos nossa segurança.”

O ministro da Defesa brasileiro, general Paulo Sérgio Nogueira, anfitrião da conferência, expressou respeito à carta da OEA e à carta Democrática Interamericana, acrescentando que “os povos da América têm direito à Democracia, e seus governos têm a obrigação de promovê-la e defendê-la”.

No dia 28/07, foi assinada a Declaração de Brasília, na qual os participantes da conferência assumiram compromisso com valores vocalizados pelo general Paulo Sérgio.

A sociedade civil, através de canais diversos, manifestou seu repúdio às intenções golpistas do Boçal Fascista.

A Faculdade de Direito da USP imediatamente elaborou a “Carta às Brasileiras e Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito”, que atingiria 1 milhão de assinaturas no dia de sua leitura, 11 de agosto de 2002.

A carta foi assinada por artistas, intelectuais, e também por conhecidos nomes dos mundos empresarial e financeiro.

O empresário Walter Shalka, presidente da Suzano, ficou impressionado com a mobilização, observando que tanto a Fiesp quanto a Febraban assinaram a carta. E, lembrando que os empresários são formadores de opinião, declarou: “Temos de buscar a pacificação do Brasil, [...] resolver a questão da educação, [...] resolver a desigualdade social e a falta de emprego, assim como a ineficiência administrativa do Estado Brasileiro. Temos uma oportunidade na questão ambiental que é tremenda. Precisamos sair da discussão pequena de um contra o outro e construir uma solução pró-Brasil.”

A carta recebeu mais de 100 mil assinaturas, em 24h, incluindo de muitos ex-ministros do STF, juristas, personalidades, empresários e até banqueiros, como Roberto Setúbal e Pedro Moreira Salles, do Itaú.

Celso Campilongo, diretor da Faculdade de Direito da USP,  falou que o Manifesto pela Democracia expressa um enfático não da sociedade em relação ao golpismo de Bolsonaro, que diz coisas como “não vou cumprir decisão judicial”, etc. “É uma inflexão, [...] um aviso: a sociedade civil está muito alerta.”

É claro que o histórico documento, uma espécie de versão século XXI de carta semelhante lida também na USP em 1977, provocaria reações nas hostes bolsonaristas. A carta alcançaria 250 mil assinaturas em 48h; mas o site já tinha a essa altura sofrido 1,5 mil ataques hackers.

O que mais incomodou Bolsonaro e equipe foi a adesão da elite econômica, incluindo Fiesp e Febraban, à carta pela Democracia. Em 2018, Guedes fizera promessas neoliberais que seduziram empresários e financistas. Mas hoje Guedes está abandonado pelo poder econômico; e sem o apoio dessa elite, o Boçal Fascista entende que sua campanha bateu no teto.

O jornalista Leonardo Attuch observa que o novo posicionamento das elites deve ter um efeito adicional: funcionar como um aval, junto a um setor da classe média, sobretudo masculina, ao voto em Lula.

O jornalista Bernardo Mello Franco, de O Globo, disse que “o presidente passou vários recibos de sua irritação” com a adesão de empresários e banqueiros à carta que defende a Democracia e condena o golpismo, e que deverá ser seguida de carta semelhante promovida pela Fiesp e pela Febraban.

O jornalista lembra que as elites apoiaram Bolsonaro em 2018, e com mais entusiasmo depois que o Congresso aprovou a reforma da Previdência. Mas a reunião de Bolsonaro com embaixadores fez a elite virar as costas a ele.

A elite econômica não gosta de turbulência e já vê Lula como mal menor.

Um dos organizadores do movimento, o professor Floriano Azevedo Marques disse que a reação de Bolsonaro serviu para divulgar o manifesto.

A socióloga Neca Setúbal afirmou que “vários empresários de peso têm assinado a carta aos brasileiros e brasileiras. [...] A entrada de grupos empresariais, de advogados e juristas nessa defesa é o salto que a gente precisava. Foi meio tarde, mas em tempo ainda”. Acrescentou que “vamos ter um trabalho muito grande [...] no processo de reconstrução do país”.

A carta pela Democracia seria lida na Faculdade de Direito da USP,  pelo advogado José Carlos Dias, com 83 anos, que declarou, antes do ato: “Enquanto estiver vivo, vou defender os direitos humanos e a Democracia.” E explicou que manifestações semelhantes são preparação para resistência a golpe que Bolsonaro possa vir a tentar. “Esse presidente é um delinquente”, diz, acrescentando que ele já cometeu vários crimes comuns e crimes de responsabilidade. “Esse homem não trabalha. Ele está fazendo campanha o tempo todo. Essas cartas são de defesa da Democracia.”

No início do evento, foi lido um outro manifesto, elaborado pela Fiesp e assinado por várias entidades. Depois foi lida a “Carta às Brasileiras e Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito”, elaborada pela USP.

O objetivo do encontro, segundo discursou o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti, era defender o sistema eleitoral, e garantir que “a vontade do povo brasileiro seja respeitada e seja soberana”.

O advogado Oscar Vilhena Vieira ressaltou que o manifesto não tinha teor partidário, era expressão de um “compromisso maior com a Democracia”.

O ato de leitura da carta reuniu representantes de um amplo espectro político-social, como o ex-jogador Walter Casagrande, o jornalista Juca Kfouri, a indigenista Sônia Guajajara, a ambientalista Marina Silva e os deputados federais Joice Hasselmann (ex-bolsonarista) e Coronel Tadeu (bolsonarista), que  classificou o evento de “ato político, com fachada de luta pela Democracia”, e não assinou a carta. Bruno Araújo, presidente do PSDB, e Isac Sidney, presidente da Febraban, também compareceram.  Enquanto Miguel Reale Jr., autor do pedido de impeachment contra Dilma, era vaiado, o jurista Pedro Serrano era saudado pelos alunos.

A ex-desembargadora Kenarik Boujikian disse que é preciso equilibrar as diversas forças do espectro social, e que a Democracia, enraizada nos direitos humanos, é um processo que não se encerra com a eleição.

A carta, lida em 80 universidades brasileiras, diz que “ataques infundados [...] questionam a lisura do processo eleitoral”, e que “são  intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil”. E realça a importância do manifesto amplamente acolhido pela sociedade: “Sabemos deixar de lado as divergências em prol de algo muito maior, a defesa da ordem democrática.” O encerramento é enfático: “Estado Democrático de Direito sempre!”

O advogado Marco Aurélio Carvalho, um dos articuladores da carta pela Democracia, disse, em entrevista a Breno Altman, que é preciso restaurar o Estado Democrático – para só então pensar em reformas: “[...] se perdermos a Democracia e o Estado de Direito, nem vamos ter a oportunidade de divergir sobre absolutamente nada.” E observa que muitos apoiadores dos golpes contra Dilma e Lula, apesar do desconforto, assinaram a carta mesmo assim.

Mas o próprio Breno Altman lembra que o povo está pouco preocupado com questões institucionais. “A questão democrática ganha muito impacto [...] quando está estabelecido um regime totalitário ou ditatorial que interfere na vida das pessoas [...] Nós não estamos em outro regime político, nós continuamos  a viver em um regime de Democracia Liberal. Então para a massa do povo não há grandes diferenças do ponto de vista da política entre [...] Bolsonaro e Temer ou quaisquer governos pós-redemocratização.”

“A imensa maioria das pessoas se interessa [...] pela fome e pelo combate à fome, [...] pela melhoria da sua renda, pela melhoria da educação, da saúde, pelos grandes temas que formam o cotidiano dos cidadãos e cidadãs do país.”

Breno enfatiza que a campanha de Lula deve focar as questões sociais e econômicas; porque embora o povo a priori não goste de ditadura, ele tampouco está feliz com a Democracia Liberal.

Na verdade, a discussão política, na opinião de Breno, favorece o Bolsonaro, porque tira a atenção do desastre social, econômico, sanitário e ambiental que tem sido o seu governo.

De fato, o economista Guido Mantega destaca que “hoje temos uma [...] economia crescendo pouco e uma inflação alta”. E explica que os combustíveis estão caros por causa de “uma política de preços equivocada” (PPI) adotada pela Petrobras; e que os alimentos estão caros em razão da baixa oferta, porque Bolsonaro não estimulou pequenos agricultores nem fez estoques reguladores. A crise da Covid, o conflito na Ucrânia e a cotação dos alimentos em dólar contribuíram para o aumento da inflação. Mantega disse que, em vez de estimular a economia, o governo Bolsonaro/Guedes ficou “privatizando as empresas estatais”; e depreciando os ganhos do trabalhador, com consequente encolhimento do mercado consumidor. Afirmou ainda que os auxílios eleitoreiros do Boçal Fascista darão apenas breve fôlego à economia, assim como um paciente com hemorragia experimenta momentânea melhora com uma transfusão de sangue.

O também economista Ladislau Dowbor diz que, apesar da paralisia econômica, a população poderia viver muito melhor se houvesse um pouco menos de desigualdade. “Então nosso problema central é orientar a economia em função das necessidades da população. E a base política hoje é o Lula.” Diz que Bolsonaro se submeteu ao “sistema de traders internacionais de bens primários”, ignorando as necessidades do povo. “Quando você tira a capacidade de consumo da população, as empresas não têm pra quem vender, então estamos nos desindustrializando.” Diz não ser admissível que, num país que produz 3,7 kg de grãos por pessoa a cada dia, 125 milhões de pessoas vivam em situação de insegurança alimentar e 33 passem fome stricto sensu. “É  uma questão de opção política.”

Juarez Bispo Mateus, morador de Campinas-SP e ativista pró-Lula desde meados dos anos 1980, diz por que o ex-presidente deverá ser eleito: “A esperança do povo é pelo menos voltar ao patamar que era na época do Lula. Com 4% de desempregados, pleno emprego, ProUni, Pronatec, oportunidade para os negros, as negras, e para toda a população.”

O Boçal Fascista, um político do “baixo clero” que há quase 30 anos se refestelava, como um suíno, na lama da corrupção, foi eleito em 2018 com a aura artificial de um homem “anticorrupção” e até “antipolítica”. A mentira seria cômica se não fosse trágica; porque o pior presidente da história do Brasil (um dos piores da história mundial), eleito graças ao fascismo congênito de parte do povo, mas também graças às fake news endossadas pela grande mídia, praticamente destruiu o país que penosamente havia sido construído nos governos Lula e Dilma.

Mas a mentira tem pernas curtas.

Os mais de vinte processos forjados contra Lula foram finalmente anulados pelo STF; porque ficou provado que só se mantinham de pé porque o juiz Sergio Moro, a serviço do Capital Transnacional e a bordo de ambições pessoais, queria condenar Lula de qualquer maneira.

Entretanto... a máscara do “impoluto” presidente atual, que já não cobria os escândalos das “rachadinhas” e até crimes envolvendo milicianos, cairia definitivamente quando os jornalistas Thiago Herdy e Juliana Dal Piva publicaram no portal UOL, no final de agosto de 2022, reportagem sobre as façanhas imobiliárias da família Bolsonaro.

A reportagem consultou 270 documentos obtidos em cartórios de 16 municípios; e visitou pessoalmente 12 cidades, para checar dados. E descobriu que, desde os anos 1990, o clã Bolsonaro comprou 107 imóveis, 51 em dinheiro vivo. Muitos experientes jornalistas garantem que essa dinheirama não veio apenas de “rachadinhas”: existe crime grosso por trás disso. Entrevistado, o Boçal Fascista não quis dizer por que a família gosta de fazer negócios em cash. Mas até a velhinha de Taubaté sabe que esse é um procedimento típico de mafiosos. Juliana Dal Piva explica o silêncio presidencial: “Ele tem medo dessa história. É por isso que não responde.”

O mutismo do Boçal Fascista, entretanto, é inútil, sabendo-se que não se pode tapar o sol com a peneira: o jornal britânico The Guardian, por exemplo, publicou extensa reportagem sobre os 107 imóveis comprados pela familícia, 51 dos quais em dinheiro vivo.

Enquanto o Boçal Fascista derretia e já escoava para o esgoto da História, o nazineoliberalismo tratava de encontrar a chamada “terceira via”, a fim de evitar a vitória certa de Lula. Até o Sergio Moro, ex-juiz e sempre ladrão, foi cogitado para ocupar esse posto. Figuras abjetas do jornalismo corporativo, como Merval Pereira e Eliane Cantanhêde, tentaram inflar a imagem do Marreco de Maringá. Outros nomes menos cotados, como Simone Tebet, também receberam suas doses de anabolizantes midiáticos. Mas o grande espantalho continuou sendo o coronel do Ceará.

É possível que Ciro Gomes, num dado momento, tenha de fato acreditado que poderia chegar a um segundo turno contra o Boçal Fascista. E, ao que parece, sua tática para conseguir isso foi tentar destruir o principal concorrente, o ex e futuro presidente Lula. Mas não tem dado certo. Pelo contrário: muitas personalidades, ciristas tradicionais, têm ficado chocadas com a violência e a desonestidade intelectual do coronel em seus ataques a Lula; porque Ciro, como advogado e ex-professor de Direito, sabe que Lula é inocente, e que seus filhos não podem ser chamados de “corruptos”, uma vez que têm vidas simples e nenhum deles está metido na política. (Exatamente o contrário do que acontece na família do Boçal Fascista.) O resultado é que tem havido muitas deserções no tradicional eleitorado cirista.

Em entrevista à TV 247 em 15 de setembro de 2022, Gabriel Cassiano, que deixou o PDT no ano passado e era fervoroso cabo eleitoral de Ciro Gomes, anunciou que uma ala do partido prepara um manifesto criticando a postura personalista e rancorosa de Ciro, que em nada tem ajudado os demais candidatos pedetistas, e convocando o eleitorado a fazer o voto útil em Lula no primeiro turno.

Celebridades como  Caetano Veloso e Tico Santa Cruz –  tradicionais apoiadores de Ciro – têm se manifestado no sentido de que é importante eleger Lula logo no primeiro turno, para espantar de  vez o fantasma do nazineoliberalismo.

O gradiente de esquiva fará o eleitor consciente evitar o coronel, as alternativas inexpressivas e sem chance, e sobretudo o fantoche fascista guindado ao poder em 2018 para cumprir a agenda predatória do Capital Transnacional em relação ao Brasil.

E o gradiente de aproximação fará com que milhões de votos sejam atraídos pela inescapável força gravitacional do planeta da esperança, também conhecido como Luís Inácio Lula da Silva.





Um comentário:

renato disse...

Vamos ver se a vitória do Lula passará incólume por aqueles que perderam...essa conjuntura valerá a pena de analisar e entender os passos de cada ator no cenário político e econômico.