Donald Trump
e Lula (Foto: Reuters | ABR)
Texto original de Leonardo Attuch, em 16 de julho de 2025, no Brasil 247
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Texto
editado / NMM:
A abertura
de uma investigação comercial contra o Brasil pelo presidente Donald Trump é um
ataque direto do império norte-americano ao Brasil, com motivações econômicas e
geopolíticas.
A decisão do
USTR, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos, parte
de premissas escancaradamente falsas. O documento oficial acusa o Brasil de
práticas desleais em comércio digital, serviços financeiros, meio ambiente e
outras áreas. Mas o objetivo real é claro: frear o avanço do Brasil como
potência emergente, retaliar sua atuação soberana no cenário global e, acima de
tudo, tentar conter o crescimento do BRICS como alternativa à ordem unipolar
liderada por Washington.
O verdadeiro
incômodo de Trump e dos interesses financeiros que ele representa é o
fortalecimento do Brasil enquanto país soberano.
O avanço do
Pix como sistema de pagamento digital gratuito, por exemplo, ameaça gigantes como
Visa e Mastercard no mercado de pagamentos brasileiro. O protagonismo do Brasil
no BRICS, ao lado de China, Rússia, Índia e África do Sul e dos novos países
membros e parceiros do bloco, é visto como uma afronta à hegemonia dos Estados
Unidos sobre o comércio global, o sistema financeiro internacional e a
governança mundial.
A retórica
dos Estados Unidos tenta mascarar seus interesses acusando o Brasil de práticas
comerciais desleais, corrupção ou desmatamento.
Diante dessa
agressão, o caminho é o da defesa da soberania nacional. O ataque não é ao
governo Lula ou à esquerda, é ao Brasil. Por isso, é essencial construir
consensos entre o setor público, o setor privado, trabalhadores, empresários,
mídia e sociedade civil.
O Brasil tem
o direito de escolher seu próprio modelo de desenvolvimento, suas próprias
políticas públicas e seus próprios aliados internacionais.
O Brasil já
viveu momentos difíceis na história e sempre saiu mais forte quando prevaleceu
a unidade nacional. Com uma resposta firme, apoio popular e articulação
internacional, o Brasil pode transformar a tentativa de intimidação em uma
oportunidade histórica de fortalecer sua soberania e de consolidar seu papel
como potência do Sul Global.
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