17 de Abril de 2017
Davis Sena Filho
Edição NMM. Texto original:
O juiz Sérgio
Não Vem Ao Caso Moro autorizou que os vídeos e os inquéritos nos quais
constavam as acusações e delações contra os políticos do PSDB e do DEM fossem
[divulgados], ou seja, resolveu, como em um passe de mágica, mostrar ao público
o que não mostrou no decorrer de três anos de Lava a Jato.
O motivo: o ministro do
Supremo, Edson Fachin, o relator da Lava Jato no STF, anunciou que iria
divulgar seu relatório, e surgiriam os nomes dos políticos mais importantes e
poderosos do PSDB, do DEM e do PPS, até porque os do PMDB já são
"filhotes" das mídias comerciais e privadas em tempo anterior ao
golpe de estado.
A verdade é que Sérgio Moro
percebeu, pois de uma clarividência oportunista a toda prova, que não daria
mais para continuar, após três longos anos, a manipular as informações de forma
política e por meio de vazamentos seletivos criminosos.
O juiz Moro, calculista que é,
liberou a parte das informações no que tange aos tucanos, porque rapidamente
percebeu que acabou a farra dos vazamentos seletivos e partidarizados. Um
vexame.
Fachin jogou água no chopp da
galera que estava a se refestelar, juntamente com a imprensa covarde e a mais
corrupta e mentirosa do mundo ocidental, que há muito tempo deveria ser
severamente investigada quanto aos seus crimes, desde os de ordem financeira
(sonegação etc.) até os de conspiração e sedição.
Certamente, não consta nos
contratos firmados entre o Estado (governo) e os empresários de comunicação o
direito de eles efetivarem golpes de estado, distorcerem e manipularem as
notícias e se tornarem sabotadores da soberania do Brasil e do desenvolvimento
socioeconômico do povo brasileiro. De forma alguma.
Não há
mais como conviver com uma imprensa comercial e privada desregrada,
desregulamentada e sempre à vontade para criar crises políticas e
institucionais sem se preocupar em dar satisfação a ninguém.
A imprensa alienígena e
golpista fez e faz parceria com os operadores da Lava a Jato, que
desestabilizaram o Governo Dilma. Não há uma única voz do Judiciário para se
contrapor à venda criminosa do patrimônio público nacional, porque o que sempre
interessou às cúpulas dos Três Poderes é enfraquecer o Estado em prol dos
interesses da iniciativa privada e de governos estrangeiros. Fato!
Inacreditável, mas é a realidade por mais que pareça surreal:
servidores públicos de carreira ou eleitos tomaram o Estado de assalto para
privatizá-lo, além de empossar uma quadrilha, que, de acordo com o relatório
repercutido pelo ministro Fachin, roubou bilhões de reais e ainda se acha no
direito que vender o Brasil, extinguir programas de inclusão social e ainda
chamar de ladrões os ex-presidentes Dilma e Lula, que, na verdade, criaram
todas as ferramentas, enquanto estiveram no poder, para se combater a
corrupção, como já declararam juízes, procuradores e delegados da PF à imprensa
de negócios privados.
O ministro Fachin acabou com a
farra da Lava Jato e da imprensa associada aos vazamentos seletivos e
destinados à construção de lawfare (guerra jurídica), de forma que os políticos, os
partidos e seus aliados, a exemplo do PT, sejam
destruídos.
Só não vê e compreende quem não
quer ou está de má-fé, seja pelas vias política ou intelectual. Não acredito mais em desinformação,
alienação e analfabetismo político. Acredito, sim, que grande parte da
sociedade se calou e consentiu que acontecesse o golpe bananeiro e cucaracha,
assim como percebi que a classe média não quer entender nada e não se importa
com coisa alguma, a não ser ver o sangue jorrar, pois se considerou prejudicada
com a ascensão social dos pobres.
O golpe tem por finalidade
manter o povo brasileiro como mão de obra barata e desprovido de seus direitos
civis, bem como desmontar o estado nacional, pois o propósito é enfraquecê-lo
e, por sua vez, impedir que em futuro próximo ou não um mandatário popular e de
esquerda tenha meios para que possa efetivar seu programa de governo
apresentado à população quando se candidatou. É assim que a banda toca nessas
paragens terceiro-mundistas, onde vicejam as classes médias e ricas de
ideologias conservadoras e hegemônicas mais perversas e atrasadas do mundo
ocidental.
Entretanto, a questão é saber até aonde vai a
Lava Jato, já que, ao contrário de Lula, por
exemplo, inúmeros tucanos receberam altas somas não declaradas em paraísos
fiscais.
Então, vamos às perguntas que
não se deixam calar? Por que os políticos do PSDB não estão presos? Por que o
procurador e coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, e o juiz Sérgio Moro
afirmaram recorrentemente e no decorrer desse processo que os tucanos estão
fora da Lava Jato? E tem mais: Dallagnol disse inúmeras vezes que os políticos
do PSDB e do DEM não são presos porque não fizeram parte da base dos governos
petistas.
Como assim, cara pálida? Até o
mundo mineral, os extraterrestres, os que ficaram em coma durante 25 anos ou
mais e os recém-nascidos sabem que os tucanos nunca perderam seus quinhões
fartos e milionários na administração pública federal, além dos estados da
Federação poderosos que dominam há anos ou décadas. O senador Aécio Neves
mandava em Furnas há muito tempo, bem como a Petrobras serviu como caixa dois para
as campanhas dos tucanos, mesmo com o PT no poder.
Além do mais, os esquemas que
rechearam os cofres dos partidos para financiar campanhas legais e ilegais,
além dos caixas dois são antigos, desde quando foi inaugurada a Nova República
de José Sarney, que deu fim à ditadura de 21 anos. Então por que somente o PT,
suas lideranças e aliados são os únicos investigados, julgados e presos?
Todavia,
a brincadeira de gato e rato acabou por causa do ministro Edson Fachin. A
imprensa mercantil teve de mostrar o que todo mundo já sabia: tucanos também se
corromperam, roubaram e deram um golpe de estado para governar, apesar de terem
perdido as últimas quatro eleições. Estão aí a vender o Brasil sem ter a
autorização das urnas e a retirar os direitos dos trabalhadores e dos
aposentados.
Agora o
que resta para o sistema Judiciário que está à frente da Lava Jato, tanto em
Curitiba quanto em Brasília, é investigar e punir doa a quem doer.
Edson
Fachin jogou uma pá de cal na parceria de vazamentos pontuais e seletivos.
Parceria que se tornou muitas vezes criminosa, pois ilegal e ilegítima, entre o
Judiciário e a imprensa corrupta e historicamente golpista, a que domina um
oligopólio ao tempo que, hipocritamente, reafirma a defesa por um mercado livre
e competitivo. Como assim, camarada? É isto mesmo.
Assim que a banda tem de tocar
para os capitalistas brasileiros, que não têm a mínima preocupação com questões
como soberania, independência, desenvolvimento e estratégias de defesa do País,
tanto nos setores militares, científicos e de pesquisas quanto nos segmentos
diplomáticos, educacional e de saúde. O exemplo maior é a alienação das
riquezas deste País, ou seja, a venda do Pré-Sal e o desmonte predatório da
Petrobras.
Digo e repito mais uma vez: o
inimigo do Brasil não é externo e, sim, interno. O inimigo é a Casa-Grande há
séculos vinculada aos interesses dos Estados Unidos. Ela é tão ordinária e
pueril que se sente insegura e incomodada quando não está completamente
inserida na órbita de influência dos EUA.
A oligarquia brasileira se
sente como se fosse órfã, porque considera os yankees a segurança de suas
riquezas que remontam à escravidão e à exploração do trabalho mal remunerado a
partir do fim do século XIX. Essa gente é capaz de trair o Brasil sem dó e nem
piedade. Tanto é verdade que o estado brasileiro
está a ser criminosamente desmontado e ninguém mexe uma palha. Ponto.
Por sua vez, o pior disso tudo
é que a classe média, que sempre será eternamente empregada e assalariada,
pensa igual aos seus patrões. Por se conduzirem assim, tais coxinhas vão às
ruas derrubar governantes eleitos legitimamente, pois irremediavelmente
golpistas e completamente colonizados pelos princípios das classes dominantes e
pelos valores dos estadunidenses.
*Mi-shell temer é considerado
pária pelas lideranças do G-20, do G-8 e de órgãos internacionais
exemplificados em ONU, OEA, FMI, Bird, BID, OMC, OMS, OIT, OMC, além da União
Europeia, que compreendem,
sobremaneira, que no Brasil ocorreu e ainda ocorre um golpe de estado de
terceiro mundo, de caráter antinacional, antipopular e antidemocrático. Enquanto
isto o País é roubado por uma quadrilha em todos os sentidos, setores e
segmentos.
O incompetente e colonizado
Pedro Parente, presidente golpista da petroleira, por exemplo, deveria agora e
neste exato instante ser preso.
Algumas pessoas podem até
considerar que estou a ser radical, mas não estou, e explico: quem é mais
radical, quem defende, como eu, o desenvolvimento do Brasil, de seu povo e a
proteção de nossa soberania e riquezas ou o Pedro Parente e seus iguais, que
estão a efetivar políticas governamentais de lesa-pátria e contrárias aos
legítimos interesses da Nação? Quem é o radical? Quem são os radicais? Os
governos petistas que tentaram melhorar as condições de vida do povo brasileiro
ou este governo golpista e corrupto que está a destruir a economia e a entregar
o País? Com a resposta todos aqueles que pelo menos tentam pensar com
ponderação.
Para quem não compreendeu
ainda, as ações do ministro do STF, Edson Fachin, são de grande relevância e
importância. As cartas não estão agora somente nas mãos dos vazadores de
informações seletivas que tinham o propósito de aniquilar os políticos
considerados inimigos do golpe bananeiro, que tem por finalidade transferir o
patrimônio e o dinheiro público para a iniciativa privada.
Este é o jogo, estúpido! Deixe
de ser alienado e presunçoso e perceba, definitivamente, que os golpistas que
estão a ocupar quase todos os setores do Estado e da sociedade não têm
compromisso com você. No Brasil aconteceu mais um golpe, em pleno século XXI,
e uma pequena burguesia radicalizada abriu mão até
de seu futuro, bem como de seus filhos e de seus netos, quando não se importa
com o desmonte do Brasil, a eliminação de milhões de empregos e a precarização
do SUS, além extinção da CLT e da Previdência Social pública.
A pequena burguesia soube que o
dinheiro do Pré-Sal estava destinado à educação e à saúde e não se importou em
ser golpeada violentamente pela burguesia herdeira da escravidão, que odeia o
Brasil e seu povo. Todas essas questões
publicadas neste artigo e em artigos de meus colegas da blogosfera progressista
serão estudadas pelos historiadores, sociólogos, psicólogos e antropólogos, em
um futuro não muito distante.
O Brasil tem uma sociedade
mentalmente doente, que se autoflagelou e deu tiros nos próprios pés. É como se
fosse um suicídio coletivo praticado por pessoas ferozes ou encolerizadas e que
odiaram profundamente e até diabolicamente a ascensão dos pobres. Nunca
ligaram, na verdade, para a corrupção. Esta é a realidade. A corrupção foi o
motivo encontrado, como sempre fez a direita no passado, ou ferramenta para
derrubar uma presidente legítima, que obteve 54,5 milhões de votos e que não
cometeu crimes de responsabilidade.
Tanto é verdade o que eu digo,
que o governo mais corrupto e impopular da história do Brasil tomou o poder de
assalto e as panelas se calaram, como as micaretas da direita e amarelas de
ruas se esvaziaram, assim como as discussões entre os antagonistas políticos
diminuíram.
O juiz
do STF, Edson Fachin, tem em suas mãos uma responsabilidade histórica, que se
traduz na defesa e manutenção da democracia e do Estado Democrático de Direito.
A parafernália midiática que se
transformou no maior partido de direita do País sabe que Lula e Dilma não estão no
relatório do juiz Fachin, mas [que] constam
em sua lista os principais políticos do PSDB, do DEM e do PPS.
O magistrado do Supremo poderá
entrar na história como estadista ou como serviçal do sistema que efetivou o
golpe de estado contra 54,5 milhões de cidadãos brasileiros. A divulgação do relatório por parte do juiz
Edson Fachin comprova, indelevelmente, que a Lava Jato foi e é seletiva,
parcial e partidária. O magistrado dificultou os vazamentos e a
seletividade criminosa da imprensa empresarial e dos "Intocáveis" da
Lava Jato. A vez e a hora pertencem a Fachin. É isso aí.
Um comentário:
Esclarecedor e triste.
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