terça-feira, 18 de abril de 2017

Golpe de 2016 explicado

17 de Abril de 2017
Edição NMM. Texto original:

O juiz Sérgio Não Vem Ao Caso Moro autorizou que os vídeos e os inquéritos nos quais constavam as acusações e delações contra os políticos do PSDB e do DEM fossem [divulgados], ou seja, resolveu, como em um passe de mágica, mostrar ao público o que não mostrou no decorrer de três anos de Lava a Jato.
O motivo: o ministro do Supremo, Edson Fachin, o relator da Lava Jato no STF, anunciou que iria divulgar seu relatório, e surgiriam os nomes dos políticos mais importantes e poderosos do PSDB, do DEM e do PPS, até porque os do PMDB já são "filhotes" das mídias comerciais e privadas em tempo anterior ao golpe de estado.
A verdade é que Sérgio Moro percebeu, pois de uma clarividência oportunista a toda prova, que não daria mais para continuar, após três longos anos, a manipular as informações de forma política e por meio de vazamentos seletivos criminosos.
O juiz Moro, calculista que é, liberou a parte das informações no que tange aos tucanos, porque rapidamente percebeu que acabou a farra dos vazamentos seletivos e partidarizados. Um vexame.
Fachin jogou água no chopp da galera que estava a se refestelar, juntamente com a imprensa covarde e a mais corrupta e mentirosa do mundo ocidental, que há muito tempo deveria ser severamente investigada quanto aos seus crimes, desde os de ordem financeira (sonegação etc.) até os de conspiração e sedição.
Certamente, não consta nos contratos firmados entre o Estado (governo) e os empresários de comunicação o direito de eles efetivarem golpes de estado, distorcerem e manipularem as notícias e se tornarem sabotadores da soberania do Brasil e do desenvolvimento socioeconômico do povo brasileiro. De forma alguma.
Não há mais como conviver com uma imprensa comercial e privada desregrada, desregulamentada e sempre à vontade para criar crises políticas e institucionais sem se preocupar em dar satisfação a ninguém.
A imprensa alienígena e golpista fez e faz parceria com os operadores da Lava a Jato, que desestabilizaram o Governo Dilma. Não há uma única voz do Judiciário para se contrapor à venda criminosa do patrimônio público nacional, porque o que sempre interessou às cúpulas dos Três Poderes é enfraquecer o Estado em prol dos interesses da iniciativa privada e de governos estrangeiros. Fato!
Inacreditável, mas é a realidade por mais que pareça surreal: servidores públicos de carreira ou eleitos tomaram o Estado de assalto para privatizá-lo, além de empossar uma quadrilha, que, de acordo com o relatório repercutido pelo ministro Fachin, roubou bilhões de reais e ainda se acha no direito que vender o Brasil, extinguir programas de inclusão social e ainda chamar de ladrões os ex-presidentes Dilma e Lula, que, na verdade, criaram todas as ferramentas, enquanto estiveram no poder, para se combater a corrupção, como já declararam juízes, procuradores e delegados da PF à imprensa de negócios privados.
O ministro Fachin acabou com a farra da Lava Jato e da imprensa associada aos vazamentos seletivos e destinados à construção de lawfare (guerra jurídica), de forma que os políticos, os partidos e seus aliados, a exemplo do PT, sejam destruídos.
Só não vê e compreende quem não quer ou está de má-fé, seja pelas vias política ou intelectual. Não acredito mais em desinformação, alienação e analfabetismo político. Acredito, sim, que grande parte da sociedade se calou e consentiu que acontecesse o golpe bananeiro e cucaracha, assim como percebi que a classe média não quer entender nada e não se importa com coisa alguma, a não ser ver o sangue jorrar, pois se considerou prejudicada com a ascensão social dos pobres.
O golpe tem por finalidade manter o povo brasileiro como mão de obra barata e desprovido de seus direitos civis, bem como desmontar o estado nacional, pois o propósito é enfraquecê-lo e, por sua vez, impedir que em futuro próximo ou não um mandatário popular e de esquerda tenha meios para que possa efetivar seu programa de governo apresentado à população quando se candidatou. É assim que a banda toca nessas paragens terceiro-mundistas, onde vicejam as classes médias e ricas de ideologias conservadoras e hegemônicas mais perversas e atrasadas do mundo ocidental.
Entretanto, a questão é saber até aonde vai a Lava Jato, já que, ao contrário de Lula, por exemplo, inúmeros tucanos receberam altas somas não declaradas em paraísos fiscais.
Então, vamos às perguntas que não se deixam calar? Por que os políticos do PSDB não estão presos? Por que o procurador e coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, e o juiz Sérgio Moro afirmaram recorrentemente e no decorrer desse processo que os tucanos estão fora da Lava Jato? E tem mais: Dallagnol disse inúmeras vezes que os políticos do PSDB e do DEM não são presos porque não fizeram parte da base dos governos petistas.
Como assim, cara pálida? Até o mundo mineral, os extraterrestres, os que ficaram em coma durante 25 anos ou mais e os recém-nascidos sabem que os tucanos nunca perderam seus quinhões fartos e milionários na administração pública federal, além dos estados da Federação poderosos que dominam há anos ou décadas. O senador Aécio Neves mandava em Furnas há muito tempo, bem como a Petrobras serviu como caixa dois para as campanhas dos tucanos, mesmo com o PT no poder.
Além do mais, os esquemas que rechearam os cofres dos partidos para financiar campanhas legais e ilegais, além dos caixas dois são antigos, desde quando foi inaugurada a Nova República de José Sarney, que deu fim à ditadura de 21 anos. Então por que somente o PT, suas lideranças e aliados são os únicos investigados, julgados e presos?
Todavia, a brincadeira de gato e rato acabou por causa do ministro Edson Fachin. A imprensa mercantil teve de mostrar o que todo mundo já sabia: tucanos também se corromperam, roubaram e deram um golpe de estado para governar, apesar de terem perdido as últimas quatro eleições. Estão aí a vender o Brasil sem ter a autorização das urnas e a retirar os direitos dos trabalhadores e dos aposentados.
Agora o que resta para o sistema Judiciário que está à frente da Lava Jato, tanto em Curitiba quanto em Brasília, é investigar e punir doa a quem doer.
Edson Fachin jogou uma pá de cal na parceria de vazamentos pontuais e seletivos. Parceria que se tornou muitas vezes criminosa, pois ilegal e ilegítima, entre o Judiciário e a imprensa corrupta e historicamente golpista, a que domina um oligopólio ao tempo que, hipocritamente, reafirma a defesa por um mercado livre e competitivo. Como assim, camarada? É isto mesmo.
Assim que a banda tem de tocar para os capitalistas brasileiros, que não têm a mínima preocupação com questões como soberania, independência, desenvolvimento e estratégias de defesa do País, tanto nos setores militares, científicos e de pesquisas quanto nos segmentos diplomáticos, educacional e de saúde. O exemplo maior é a alienação das riquezas deste País, ou seja, a venda do Pré-Sal e o desmonte predatório da Petrobras.
Digo e repito mais uma vez: o inimigo do Brasil não é externo e, sim, interno. O inimigo é a Casa-Grande há séculos vinculada aos interesses dos Estados Unidos. Ela é tão ordinária e pueril que se sente insegura e incomodada quando não está completamente inserida na órbita de influência dos EUA.
A oligarquia brasileira se sente como se fosse órfã, porque considera os yankees a segurança de suas riquezas que remontam à escravidão e à exploração do trabalho mal remunerado a partir do fim do século XIX. Essa gente é capaz de trair o Brasil sem dó e nem piedade. Tanto é verdade que o estado brasileiro está a ser criminosamente desmontado e ninguém mexe uma palha. Ponto.
Por sua vez, o pior disso tudo é que a classe média, que sempre será eternamente empregada e assalariada, pensa igual aos seus patrões. Por se conduzirem assim, tais coxinhas vão às ruas derrubar governantes eleitos legitimamente, pois irremediavelmente golpistas e completamente colonizados pelos princípios das classes dominantes e pelos valores dos estadunidenses.
*Mi-shell temer é considerado pária pelas lideranças do G-20, do G-8 e de órgãos internacionais exemplificados em ONU, OEA, FMI, Bird, BID, OMC, OMS, OIT, OMC, além da União Europeia, que compreendem, sobremaneira, que no Brasil ocorreu e ainda ocorre um golpe de estado de terceiro mundo, de caráter antinacional, antipopular e antidemocrático. Enquanto isto o País é roubado por uma quadrilha em todos os sentidos, setores e segmentos.
O incompetente e colonizado Pedro Parente, presidente golpista da petroleira, por exemplo, deveria agora e neste exato instante ser preso.
Algumas pessoas podem até considerar que estou a ser radical, mas não estou, e explico: quem é mais radical, quem defende, como eu, o desenvolvimento do Brasil, de seu povo e a proteção de nossa soberania e riquezas ou o Pedro Parente e seus iguais, que estão a efetivar políticas governamentais de lesa-pátria e contrárias aos legítimos interesses da Nação? Quem é o radical? Quem são os radicais? Os governos petistas que tentaram melhorar as condições de vida do povo brasileiro ou este governo golpista e corrupto que está a destruir a economia e a entregar o País? Com a resposta todos aqueles que pelo menos tentam pensar com ponderação.
Para quem não compreendeu ainda, as ações do ministro do STF, Edson Fachin, são de grande relevância e importância. As cartas não estão agora somente nas mãos dos vazadores de informações seletivas que tinham o propósito de aniquilar os políticos considerados inimigos do golpe bananeiro, que tem por finalidade transferir o patrimônio e o dinheiro público para a iniciativa privada.
Este é o jogo, estúpido! Deixe de ser alienado e presunçoso e perceba, definitivamente, que os golpistas que estão a ocupar quase todos os setores do Estado e da sociedade não têm compromisso com você. No Brasil aconteceu mais um golpe, em pleno século XXI, e uma pequena burguesia radicalizada abriu mão até de seu futuro, bem como de seus filhos e de seus netos, quando não se importa com o desmonte do Brasil, a eliminação de milhões de empregos e a precarização do SUS, além extinção da CLT e da Previdência Social pública.
A pequena burguesia soube que o dinheiro do Pré-Sal estava destinado à educação e à saúde e não se importou em ser golpeada violentamente pela burguesia herdeira da escravidão, que odeia o Brasil e seu povo. Todas essas questões publicadas neste artigo e em artigos de meus colegas da blogosfera progressista serão estudadas pelos historiadores, sociólogos, psicólogos e antropólogos, em um futuro não muito distante.
O Brasil tem uma sociedade mentalmente doente, que se autoflagelou e deu tiros nos próprios pés. É como se fosse um suicídio coletivo praticado por pessoas ferozes ou encolerizadas e que odiaram profundamente e até diabolicamente a ascensão dos pobres. Nunca ligaram, na verdade, para a corrupção. Esta é a realidade. A corrupção foi o motivo encontrado, como sempre fez a direita no passado, ou ferramenta para derrubar uma presidente legítima, que obteve 54,5 milhões de votos e que não cometeu crimes de responsabilidade.
Tanto é verdade o que eu digo, que o governo mais corrupto e impopular da história do Brasil tomou o poder de assalto e as panelas se calaram, como as micaretas da direita e amarelas de ruas se esvaziaram, assim como as discussões entre os antagonistas políticos diminuíram.
O juiz do STF, Edson Fachin, tem em suas mãos uma responsabilidade histórica, que se traduz na defesa e manutenção da democracia e do Estado Democrático de Direito.
A parafernália midiática que se transformou no maior partido de direita do País sabe que Lula e Dilma não estão no relatório do juiz Fachin, mas [que] constam em sua lista os principais políticos do PSDB, do DEM e do PPS.

O magistrado do Supremo poderá entrar na história como estadista ou como serviçal do sistema que efetivou o golpe de estado contra 54,5 milhões de cidadãos brasileiros. A divulgação do relatório por parte do juiz Edson Fachin comprova, indelevelmente, que a Lava Jato foi e é seletiva, parcial e partidária. O magistrado dificultou os vazamentos e a seletividade criminosa da imprensa empresarial e dos "Intocáveis" da Lava Jato. A vez e a hora pertencem a Fachin. É isso aí.