A penúria das esquerdas
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Texto editado / NMM:
As esquerdas em geral e o PT em particular entraram numa
defensiva política e estratégica no início de 2015 e de lá não conseguiram sair
até agora. Mesmo com a revelação de todos os crimes cometidos por Moro,
Dallagnol e outros membros da Lava a Jato, os representantes dos partidos de
esquerda não conseguem ir além da pesarosa indignação.
As direções dos partidos de esquerdas
não se comunicam. Militantes e filiados não recebem nenhuma orientação das
direções.
As esquerdas perderam a corrida para
a extrema-direita no que diz respeito à ação política nas redes sociais. A
partir de 2015 as esquerdas perderam as ruas, algo que já vinha sendo
sinalizado desde 2013.
As esquerdas só sabem fazer a luta
institucional. No Congresso, são uma linha auxiliar
ingênua e enganada. Enquanto as esquerdas
são afáveis com o centrão e com Rodrigo Maia, estes auxiliam Bolsonaro e Paulo
Guedes, principalmente nas pautas econômicas.
A tática das esquerdas no Congresso
parece ser a de criar uma ilusória frente ampla democrática. Não haverá uma
frente ampla democrática se não for construída uma forte e respeitada frente
popular. As esquerdas não conseguirão atrair setores do centro se não tiverem
força na sociedade, se não forem capazes de gerar temor a partir da força e da
organização popular.
Muitos dirigentes e parlamentares de
esquerda são cristãos mansos diante do Judiciário. Mesmo com todos os
açoites que receberam dele (especialmente o PT) recorrem mais ao STF do que ao
povo. Ainda por cima, nem combatem o charlatanismo anticristão de muitos
pastores e nem interagem positivamente com os evangélicos pobres das periferias.
Este cristianismo manso não serve para as lutas do povo. É melhor adotar os
ritos ferozes do paganismo combativo. Esse cristianismo manso, como já advertia
Maquiavel, também é responsável para que o mundo permaneça na mão dos malvados.
O Brasil não se libertará da elite predatória sem o exercício bravo do combate.
As esquerdas caíram numa armadilha
bolsonarista. Na medida em que os bolsonaristas passaram a atacar instituições
como o STF e o Congresso, as esquerdas passaram a defendê-las e santifica-las.
Ocorre que essas instituições não são democráticas: agem de forma enviesada e
parcial contra os pobres, contra os negros, contra as mulheres, contra os
índios e contra outras minorias.
Ninguém está aqui cobrando que se faça uma revolução. Até porque os partidos de esquerda não são revolucionários.
O que se está a exigir é que esses partidos tenham estratégias, que lutem com
coragem. O que se está cobrando é o até quando as esquerdas e as oposições
deixarão que Bolsonaro continue destruindo o Brasil sem que haja uma resposta
contundente. Até quando Bolsonaro pode vandalizar a educação básica e
universitária, destruir o meio ambiente, investir contra a saúde pública, desmoralizar
os institutos e entidades de pesquisa, degradar o bom senso e a civilidade,
atacar o Nordeste, ferir a Constituição e as leis, semear o ódio e o
divisionismo, espezinhar os interesses do Brasil submetendo-o de forma
antipatriótica aos interesses do governo Trump.
As esquerdas e as oposições têm o dever de dar uma resposta a
essas inquietações e sobressaltos de milhões de brasileiros.
O Brasil vive um momento crítico. As
esquerdas e as oposições não podem continuar agindo como se o país vivesse num
estado normal; é agir em cumplicidade com a destruição a que o Brasil está
sendo submetido por Bolsonaro e os
seus.
Se não for contido de forma
contundente, Bolsonaro e os seus continuarão numa escalada crescente de ataques
verbais que, as poucos, vão legitimando ataques efetivos, assim como as
destruições já são efetivas. Os partidos de oposição têm o dever não só de se
explicar. Eles têm o dever de agir, de dirigir, de apontar rumos e de lutar.
Um comentário:
O problema é que quabdo chegaram ao poder, abandonaram suss bases passando a atuar nas super extruturas, a priorizar o parlamento burguês
Já ouví de vereador do PSOL, daqueles que se acham revolucionários, que estava sem tempo para atividades de rua, pois a luta no parlamento, a disputa não deixava sobrsr este tempo.
Esqueceram como se luta, abandonaram a luta sindical e as centrais.
Ninguém mais para organizar o trabalhador pela base.
O movimento estudantil, é apenas uma fagulha, não tem estrutura para iniciar um movimento consistente.
Agora as bases terão que ser recuperadas, um longo trabalho onde a direita tripudiará à vontade, devido a impossi impossibilidade de reação.
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