Lula e Netanyahu
Editorial do Brasil247 em 22/06/2025:
__________
Texto editado / NMM:
A estratégia
de Benjamin Netanyahu é recorrente: provocar crises para polarizar sociedades,
atrair apoio externo de ultradireita e manter-se no poder. Essa mesma lógica conduziu
ao genocídio em Gaza e a intervenções fracassadas no Líbano e na Síria.
Enquanto
isso, a mesma passividade que normalizou o massacre em Gaza agora encobre a
escalada contra Teerã, que se tornou ainda mais grave após o ataque dos Estados
Unidos às instalações nucleares do Irã. Essa cumplicidade diante da violência é
uma ferida moral aberta.
Os Estados
Unidos e seu instrumento regional, Israel, agem como se estivessem acima de
qualquer ordenamento jurídico internacional. Assassinatos de líderes, agressões
à soberania de outros Estados e violações sistemáticas das convenções de guerra
são cometidos impunemente. Relatórios ambíguos são distorcidos para legitimar
ações unilaterais, enquanto Israel mantém intocado e não fiscalizado seu
próprio arsenal nuclear.
A firmeza do
governo brasileiro, sob a liderança do presidente Lula, ao denunciar o
genocídio (palavra que o Ocidente teme pronunciar) em Gaza e ao exigir
negociações de paz concretas, foi um farol em tempos de obscurantismo. Mas é
preciso ir além. O Brasil deve articular uma frente de Estados comprometidos
com a contenção da violência promovida por Washington e Tel Aviv.
A sociedade
brasileira e comunidade internacional não podem permanecer reféns do poder
militar sem freios e a da omissão covarde. A retórica incendiária de figuras
como Donald Trump, ameaçando “promover o inferno” no Irã, revela o projeto de manter
toda a comunidade internacional sob chantagem permanente. Espera-se que a voz
do presidente Lula e de outras lideranças do Sul Global possam deter essa
espiral de barbárie.
A história
julgará não apenas os perpetradores da violência, mas também os que optaram
pelo silêncio. O momento exige mais que discursos. Exige ação. Uma ação
concreta, multilateral e urgente, para resgatar o direito internacional e
proteger populações indefesas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário