Rio de Janeiro - RJ - 07/07/2025 (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
Texto de Leonardo Attuch no Brasil 247
Texto
editado / NMM:
O tarifaço
de 50% imposto pelo Trump contra produtos brasileiros marca o fim da hegemonia
dos Estados Unidos. Ao tentar isolar e punir parceiros do Sul Global, Trump aproxima
economias emergentes, que reduzem a dependência de Washington.
Enquanto a
Casa Branca fecha portas para o café brasileiro, por exemplo, a China aprovou
183 novas empresas brasileiras para vender café ao seu mercado. Se os Estados
Unidos levantam muros, o gigante asiático constrói pontes.
Pesquisa
recente do Instituto Datafolha mostra que a China
já é vista como mais confiável do que os EUA no comércio. E 67%
dos brasileiros enxergam em Lula o líder que protege o país de
ingerências externas, segundo levantamento do instituto Ponto Map.
Pela
primeira vez em muitos anos, milhões de brasileiros discutem os limites da
dependência aos Estados Unidos. A reação altiva à decisão de Trump mostra que,
quando o Brasil se sente desrespeitado, ressurge uma identidade coletiva em
defesa do interesse nacional.
Enquanto
isso, fábricas,
portos, ferrovias, projetos de energia e até o mercado de consumo interno
brasileiro já recebem capital chinês. Ao contrário de Washington, os chineses
oferecem cooperação de longo prazo — e os resultados já são palpáveis.
Além disso, a
aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes é outro tiro
no pé. A busca por alternativas ao sistema dolarizado ganha força sempre que os
EUA demonstram disposição de usar sua moeda e seu sistema bancário como armas.
O mundo
multipolar é uma realidade em gestação acelerada. Ao tentar deter esse
movimento natural da história com tarifas, pressões e sanções políticas, Donald
Trump contribuirá para sepultar de vez a ilusão de que os Estados Unidos podem
ditar unilateralmente os rumos da economia global.
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